NO RONCO DA CACHOEIRA.
DO LIVRO:
COISAS DO SERTÃO E ÔTAS COISA.
(NA LINGUAGEM SERTANEJA)
DAS MUIÉ QUI IXISTIA
MADALENA ERA A MAIS BELA
E JESUS CRISTO DIXE A ELA
SE DISPESSA DA FAMÍA
PRA SÊ MINHA CUMPANHÊRA
QUE NÓIS VAI LÁ NA BAHIA
TUMÁ BÃE NA CACHUÊRA
QUI MEU PAI MANDÔ FAZÊ
PRA INFEITÁ O NORDESTE.
QUANDO CHEGÁ VOCÊ VAI VÊ
QUI BÃE GOSTOSO DA PESTE.
BOTE A CANGÁIA NA JUMENTA
E APREPARE OS MATULÃO
BOTE A MUCHILA DE PÃO
UMA JARRA DE ÁGUA BENTA
UMA DE VINHO TOMBÉM
UMA CÚIA DE XERÉM
A RAPADURA E A FARINHA
BOTE O FUMO E A PEXÊRA
E DE RUSÁRO BOTE UM MÓIO
QUI AMENHÃ DE MENHÃNZINHA
INQUANTO O DIABO ISFREGA OS ÓIO
EU QUERO TÁ NA CACHUÊRA.
PAULO AFONSO DE PREMÊRO
ERA MAIS HOSPITALÊRO
E QUANDO O CASÁ CHEGARO
UM RELAMPO DEU UM TIRO
QUI O SERTÃO FICÔ QUILARO.
OS ISPINHO SE SUMIRO
E AS FERA SE AFASTARO
OS PASSARIM SE AJUNTARO
NUM HINO MARAVILHOSO
E AS ÁGUA SE AMORNARO
PRU BÃE FICÁ MAIS GOSTOSO.
DE PUXA SACO ERA TANTO
QUI O CAMIM FICÔ FORRADO
DE GRAMA E DE CAPIM SANTO.
XIQUE-XIQUE E ALASTRADO
MANDACARU E FAXÊRO
E MAIS ÔTOS ISPINHÊRO
SE ARREDARO DA ISTRADA
OS ÍNDIO MONTARO GUARDA
REZANDO MISSA CANTADA
ADONDE TODA A BICHARADA
FAZIA O SINÁ DA CRUZ
E ARRANJARO UM JUMENTINHO
PRA FAZÊ UM AMÔZINHO
MAIS A JEGA DE JESUS.
SE ABRIU-SE AS FULÔ SILVESTE
E UM LINDO ARCO-CELESTE
FEZ UMA GRANDE RUDIAPRU RIBA DA CACHUÊRA.
E SÃO PÊDO NESSE DIA
URINÔ TODA A BAHIA
MODE APAGÁ A PUÊRA.
INTÉ O RIO SÃO FRANCISCO
ABRANDÔ TODO O SEU RISCO
CUMA SE FOSSE UM RIACHO
BEJANDO AS FÔIA DE MATO
E AS ÁGUA LÁ IMBAXO
ISPERAVA DANDO SARTO.
JESUS CUM A TANGA RASGADA
ARGUMA COISA SAIU
MADALENA NUM VIU NADA
Ô ENTÃO FEZ QUI NUM VIU.
SE ISCONDEU NUM PÉ DE PAU
VISTIU O FIO DENTAL
E NO MEIO DO BARÚIO
QUI FAZIA A CACHUÊRA
CADA QUÁ DEU UM MARGÚIO
MADALENA FOI A PREMÊRA
E JESUS FOI O SIGUNDO
MADALENA TUMÔ NAS BÊRA
E JESUS FOI LÁ PRO FUNDO
PASSARO DEZ ANO DENTO
FOI O BÃE MIÓ DO MUNDO
DIZ O NOVO TESTAMENTO.
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