ABRAÇÃO DE BOAS-VINDAS.



PODE ENTRAR. FIQUE Á VONTADE.

VOCÊ NO CANTO DA POESIA,

AO ENTRAR TRAZ ALEGRIA

AO SAIR DEIXA SAUDADE.

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UM POUCO DE MIM



SOU PERNAMBUCANO NASCIDO EM GARANHUNS. CRIADO NO MATO, NA FAZENDA LAGOA DE BELAMENTE, DISTANTE 12 KM DO COLÉGIO DIOCESANO ONDE ESTUDEI O 1º CICLO. ANTES DISSO ESTUDAVA EM CASA NUMA ESCOLA RURAL FUNDADA POR MEU PAI, NO TEMPO DA PALMATÓRIA.
FOI UMA LINDA INFÂNCIA, CONVIVENDO COM UM POVO SIMPLES, HONESTO E TRABALHADOR.
APRENDI GOSTAR, ADMIRAR E SEGUIR ESSA GENTE BOA, HUMILDE, SINCERA, SOFREDORA, CHEIA DE SABEDORIA, DE RESPONSABILIDADE E DE ALMA FORROZEIRA, VERSOS BREJEIROS, DE BENDITOS E REISADOS, DE ABOIOS E TOADAS, DAS CONVERSAS SEMPRE AFINADAS E AS VIOLAS TAMBÉM.
DEPOIS DE HOMEM QUASE FEITO, FUI AOS POUCOS ME AFASTANDO, COMO TODOS OS RAPAZES DE CIDADES SEM INDÚSTRIAS, QUE SAEM A PROCURA DE MELHORES RUMOS. ESTIVE NA AERONÁUTICA, EM RECIFE, DOIS ANOS. EM 60 FUI TRABALHAR NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. MAS MEU PENSAMENTO VIVIA NO NORDESTE, NA COMPANHIA HIDRO ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO, CHESF. EM 64 CONSEGUI UMA VAGA E ENTREI NA
MÃE CHESF. NELA GANHEI E GOZEI A VIDA. FIZ O 2º CICLO EM RECIFE E FIZ 8 CURSOS TÉCNICOS POR CONTA DA EMPRESA. (E POR MINHA CONTA ME ESPECIALIZEI EM DANÇA-DE-RODA, RABO-DE-SAIA, NOITES VIRADAS, LUZ NEGRA, PÉ-DE-BALCÃO, CAMA REDONDA E OUTROS CURSINHOS IMPORTANTES. SÓ NÃO FIZ O DE CACHAÇA, PORQUE ESSE EU JÁ TRAZIA). EM 27 ANOS DE AGRADÁVEIS SERVIÇOS PRESTADOS NA MÃE CHESF, VASCULHEI O NORDESTE DE CABO A RABO. TENHO POR ESSA EMPRESA, UMA VERDADEIRA GRATIDÃO. PELO RIO SÃO FRANCISCO, TENHO UMA LINDA VENERAÇÃO. ELE ME PARECE UM SANTO. COSTUMO DIZER QUE ESSE RIO VALE MAIS QUE DEZ MILHÕES DE POLÍTICOS. SEMPRE TORCI FERVOROSAMENTE PELO PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO. PRINCIPALMENTE POR PENSAR QUE A FINALIDADE PRINCIPAL DO VELHO CHICO É SERVIR Á POPULAÇÃO NECESSITADA. E UM PROJETO DO TEMPO DE D. PEDRO II, NUNCA SAIU DO PAPEL POR CULPA DE POLÍTICOS SALAFRÁRIOS. MAIS DE 100 ANOS DE SOFRIMENTOS, HUMILHAÇÕES E ATRASOS DE UM POVO CHEIO DE DECÊNCIA, DE DIGNIDADE.
NO 'GOVERNO LULA' HOUVE O PONTA-PÉ INICIAL E ESPERO QUE A DILMA TRAGA MUITA FORÇA E BOA VONTADE NA EXECUÇÃO DA OBRA E QUE DEUS COM A SUA SABEDORIA E BONDADE, PROTEJA ESSE PROJETO E NÃO O DEIXE POR AÍ NO ROL DAS OBRAS INACABADAS. NA CHESF, ‘ARRUDIANDO’ O NORDESTE POR ESTES SERTÕES QUERIDOS E SOFRIDOS, EU TIVE A SORTE DE PLANTAR, REGAR E COLHER OS FRUTOS DOS BONS CONVÍVIOS COM ESSE POVO BOM E AMIGO, NASCIDO E CRIADO NO SERTÃO, ONDE FUI ENGROSSANDO AS VEIAS DA POESIA. E DE TÃO ENFEITIÇADO PELAS COISAS DO SERTÃO, DEPOIS DE APOSENTADO (1991) FORAM SURGINDO MILHARES DE VERSOS E EU FUI TENTANDO FALAR DAS BELEZAS NATURAIS DO SERTÃO E DOS SEUS GUERREIROS QUERIDOS E INJUSTIÇADOS.


LIVROS PUBLICADOS:

COISAS DO SERTÃO E ÔTAS COISA
SERTÃO DE RIBA A BAXO
PASSADO NA PENEIRA
SERTÃO DE ESPINHOS E FLORES
SERTÃO DE RISOS E DORES
SERTÃO: O BERÇO DA POESIA
MEU SERTÃO SECO DE AJUDA
GARANHUNS, TERRA DAS FLORES, DE AMOR, DE PAZ E FRIO
DIZENDO COMO TE AMO
COQUITEL DE POESIAS
VAQUEJADAS E PRESEPADAS.

QUERO REGISTRAR AQUI A MINHA GRATIDÃO A QUEM PROCURA UMA FORMA DE ME AJUDAR.

UM ABRAÇO DE AMIZADE, DE PAZ E DE POESIA.


ALDEMAR.













domingo, 7 de fevereiro de 2010

PAULO AFONSO.

PAULO AFONSO.
(CACHOEIRA DE FORQUILHA)

DO LIVRO:
MEU SERTÃO SECO DE AJUDA.


A CACHOEIRA RONCAVA
POR PERTO A TERRA TREMIA
O FUMAÇEIRO SUBIA
DA ÁGUA QUE SE QUEBRAVA.
O SOL AS VEZES FORMAVA
UM ARCO-CELESTE LINDO
LÁ NO ALTO CONSUMINDO
A ÁGUA FRESCA DA FONTE
O SEU RAIO NO HORIZONTE
BEIJAVA AS ÁGUAS SORRINDO.

PASSA UM TIGRE NA CARREIRA
NA FRENTE CORRE UM VEADO
SEU BERRO FOI ABAFADO
NO RONCO DA CACHOEIRA.
NA SOMBRA DA CRAIBEIRA
OLHANDO O SUL DA BAHIA
UMA ÍNDIA PRESENCIA
NUMA SERRA BEM DISTANTE
QUANDO O SOL MENOS BRILHANTE
ENCOSTA A PORTA DO DIA.

EMBOCA UM TATU NA TERRA
UM LEBRE PULA NA GROTA
VOLTA PRA CASA A GAIVOTA
A ONÇA PINTADA BERRA.
UM PORCO ESPINHO NA SERRA
DEIXA UM MOCÓ ESPANTADO
O SOL NO CÉU AZULADO
ABRAÇA, BEIJA E AQUECE
E O VELHO CHICO PARECE
UM TAPETE ESVERDEADO.

HAVIA GRANDE CHAMEGO
DE GARÇA E DE ANDORINHA
DE BACORAL E ROLINHA
RASGA-MORTALHA E MORCEGO.
PORÉM HAVIA SOSSEGO
NO VELHO CHICO INDOMADO
PESCAVA UM ÍNDIO DE UM LADO
OUTRO CAÇAVA DEFRONTE
E O SOL NO HORIZONTE
DAVA-LHE UM BEIJO DOURADO.

EM FORQUILHA FOI ERGUIDA
A CAPITAL DA ENERGIA
TRISTE LÁGRIMA DESCIA
DA CACHOEIRA QUERIDA.
HÁ OUTRA LÁGRIMA SENTIDA
NOS OLHOS COR-DE-ANIL
DE JESUS QUANDO NÃO VIU
CAINDO AS ÁGUAS LIGEIRAS
DE UMA DAS CACHOEIRAS
QUE SEU PAI FEZ NO BRASIL.

2 comentários:

  1. Aldemar,

    que linda poesia!!!! Eu me encanto também com a história da cachoeira da Forquilha. SE tiver um tempinho, visite o site do meu projeto: Os Chicos. Por meio do qual, estou percorrendo todo o rio São Francisco na tentativa de documentar a cultura oral da população ribeirinha do Velho Chico. Inclusive, tenho belas histórias da região de Paulo Afonso. O site é www.oschicos.com.br

    Um abraço e parabéns!!

    Gustavo Nolasco
    (Jornalista - Autor do projeto Os Chicos)

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  2. Prezado Gustavo.

    Venho te agradecer pelos elogios a minha poesia da Cachoeira de Forquilha e também pela oportunidade que você me deu de conhecer esse seu lindo projeto. Serei um fiel seguidor dele. Tudo do Velho Chico me atrai e além disso em suas histórias tem lindas poesias.

    Meus mais sinceros parabéns e um forte abraço.

    Aldemar.

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